Como tomar decisões?

Boa noite a todos!

Já são 21:21 da noite, já decidiu o que irá fazer amanhã? Hoje é segunda-feira, seu dia de trabalho já se foi, o prazo para a entrega daquele projeto também, e agora, o que fazer? Justificar o atraso e pedir mais tempo? Tentar “apertar o passo”? Procurar “apontar um culpado” e livrar-se do problema (coisa feia 😛 ) ? E os seus chefes, o que será que eles irão decidir?

É, pessoal, tomar decisões nem sempre é fácil, principalmente porque muitas vezes temos inúmeras opções e não há nenhuma setinha, luz ou qualquer coisa piscando em torno daquela que é a certa para sabermos qual devemos tomar.

Os principais obstáculos na tomada de uma decisão são:

a) Falta de informações sobre o problema ou situação;
b) Inexperiência da pessoa responsável por tomar a decisão (o “decision-maker”, como é chamado em outros países);
c) Medo das conseqüências que a mesma pode ter, para a organização, família, a própria pessoa, etc.

Desta forma, se você quer realmente tomar uma boa decisão, é importante resolver cada um dos problemas anteriores (claro, você não pode eliminar a inexperiência de alguém, senão por treinamento e fazendo-a tomar decisões freqüentemente, mas os outros problemas são mais fáceis de resolver 🙂 ).

Como gosto muito de ler revistas e sites voltados para os negócios, acabei por aprender algumas regrinhas que aparecem como consenso nelas e, após refletir um pouco, pude formar aquelas que vou apresentar agora.

Analise as opções com bastante calma

Podemos dividir o processo decisório em duas partes: analisar e decidir.

A análise corresponde à reunião de todas as informações necessárias bem como processá-las a fim de conhecer o panorama que cada uma delas expõe. Se você está planejando as contas de sua casa a fim de conseguir que no fim do ano tenham algum dinheiro para a viagem de férias, a análise compreende você reunir todas as informações sobre gastos e qual o valor dos proventos seu e de sua esposa.

A análise possui como objetivo coletar diversas informações e transformá-las em conhecimentos. A partir das informações coletadas, você pode perceber que você e sua esposa estão gastando muito em coisas supérfluas. Esta é uma informação (ou conhecimento, como geralmente chamamos) advinda da análise dos gastos e tipos de gastos que cada um possui.

Se você fizer um bom levantamento das informações, fica mais fácil analisar os mesmos e levantar hipóteses ou possíveis soluções.

Por mais que pareça que não há tempo suficiente (e geralmente é nesta situação em que nos encontramos, numa verdadeira “sinuca de bico”), tentar “economizar tempo” levando menos tempo para analisar e levantar todo o panorama bem como possíveis soluções pode ser um erro que lhe custará muito caro.

No exemplo da economia para a viagem, por exemplo, a família poderia optar por cortar o seguro de vida (que pode ter um valor em torno de R$ 10,00 por mês) por falta de planejamento, ao se pensar que este faz parte do problema. O fato é que por não verem um retorno imediato sobre este investimento, mal perceberam que seus gastos com coisas desnecessárias atingem a casa dos R$ 200,00 mensais, sendo assim, uma redução de 25% deste valor seria muito mais eficaz que a suspensão do primeiro (vale lembrar que em muitos seguros de vida a suspensão do mesmo sem motivos válidos leva à perda de todo o valor nele investido, o que pode significar uma grande perda dependendo de quanto tempo e dinheiro já havia sido investido).

Cuidado com a intuição e com a emoção

A intuição é importante, mas deve ser usada com cautela.

Geralmente nossa intuição provém da associação do problema com problemas anteriores que possuam alguma relação. Desta forma, nossa mente reavalia quais medidas tomamos nos mesmos e quais os resultados obtidos. Se os resultados foram positivos, nossa mente reforça o interesse sobre aquelas medidas tomadas, caso contrário, rejeita-as.

Dito assim, percebemos que nossa intuição carrega muito de nossa experiência. Quanto mais experiência nós temos, mais nossa intuição parece estar “sempre certa”, não é verdade?

O problema é que facilmente podemos mesclar nossas emoções com essas experiências, assim, nossa intuição pode começar a nos guiar por um caminho que mais reflete preferência do “decision-maker” do que uma possível solução.

Intuição é bom, mas deve ser bem dosada. Quanto maior a experiência da pessoa (e maior o número de resultados positivos que ela conseguiu em suas decisões), mais peso pode ter a sua importância, da mesma forma, quanto mais emotivo ele for, mais se deve tomar cuidado, pois não devemos tomar decisões somente “baseados em nossas emoções”.

Emoções são subjetivas e decisões são pensamentos, um planejamento que deve ser transformado em ações objetivas.

Saiba levar em conta suas experiências passadas, bem como as de outrém

Sempre dizemos que levamos em conta nossas experiências passadas na tomada de novas decisões, mas será que fazemos isso corretamente?

Após cada tomada de decisão e execução de ações, você gera um relatório de erros e acertos para que seja mais tarde analisado em caso de novas decisões?

No caso de problemas em família, não precisamos criar um relatório de vinte páginas e exigir a assinatura de cada pessoa da família para legitimá-lo, basta que sejam feitas reuniões para se conversar sobre os erros e, então, repensar as decisões.

Já no caso de empresas, documentar é sempre interessante, tanto para a empresa quanto para o funcionário. Para a empresa, é uma garantia de que aquilo que foi aprendido será mais facilmente passado aos demais. Para o funcionário, é uma forma de proteger-se contra possíveis confusões que possam ser feitas mais tarde, bem como uma ferramenta de apoio na tomada de novas decisões.

É incrível que em cada projeto, seja na indústria automobilística, seja em desenvolvimento de softwares, sempre se prega a elaboração de uma documentação sobre os problemsa enfrentados no projeto a fim de permitir pensar em novas soluções, mas infelizmente tal documentação é quase sempre esquecida. 🙁

Além disso, lembre-se que você não está sozinho: procure conversar com outras pessoas que já passaram ou que podem passar por problema similar e busque novas alternativas.

Muitas vezes temos vergonha de falar que estamos com um problema. Até parece que, por termos conversado sobre o mesmo, demonstramos ser incapazes. Incapacidade demonstramos é quando não conseguimos resolver o problema!

Saiba tomar a decisão na hora certa

Nem rápido demais, nem demorado demais. Saber a hora certa para se tomar uma decisão e, assim sendo, executá-la, pode significar o sucesso em alcançar um objetivo.

Voltemos ao exemplo da família que quer viajar. Suponha que eles já fizeram a análise mas ainda não possuem certeza de devem ou não reduzir os custos com algumas coisas. Por ser uma decisão que podem tomar em qualquer momento, decidem por não optar agora.

Dois meses depois, olhando novamente o orçamento, todos concordaram que deveriam fazer reduções.

Ao final do ano, eles já tinham conseguido economizar algum dinheiro, mas não o suficiente para as férias. E se eles tivessem decidido isso antes, teria sido diferente?

Da mesma forma, tomar decisões precipitadamente pode fazê-lo escolher algo que não é o correto. O casal poderia, de forma precipitada, ter visto o reforço escolar como um custo adicional que poderia ser dispensado. Será que o rendimento escolar do aluno continuará bom? Se os pais empenharem-se em acompanhar e orientar, talvez, mas se eles não tiverem tempo, este pode realmente representar um problema.

Bem, com essas quatro dicas, acredito que agora será mais fácil tomar uma melhor decisão em seu projeto ou em sua vida. 😉

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