Cinco dicas para elaborar o seu currículo

Como vão as coisas? Procurando um novo emprego, uma nova oportunidade? Não importa se você é estudante, desempregado ou já trabalha e busca um novo emprego (talvez mais desafiador, com um ambiente mais agradável ou que lhe pague melhor), sempre há um momento em nossa vida em que precisamos elaborar o nosso currículo.

Lembre-se: mesmo que você não esteja interessado hoje, poderá estar interessado amanhã, sendo assim, não custa nada usar seus próximos quinze minutos e aprimorar um pouco mais a sua “arte para elaboração de currículos”. 😉

Então, nada melhor do que discutirmos agora um pouco sobre isso, não?

Revirei um pouco meus papéis, livros e sites e reuni alguns dos pontos que considero mais importantes no momento de elaborar um currículo (os quais eu mesmo emprego e muito na hora de elaborar o meu).

1. Você é aquilo que escreve – em outras palavras, não assassine a língua portuguesa!

Um erro muito comum e um dos primeiros a “derrubar” possíveis candidatos a uma vaga de emprego é quanto ao bom uso da língua portuguesa.

Jamais entregue um currículo que apresente erros gramaticais. Isso passa a imagem de um profissional e, se você leu o texto Como vai a sua marca? Trabalhando sua imagem profissional já sabe da importância de sempre zelar pela sua imagem profissional.

Você quer que a empresa pense que está a contratar um semi-analfabeto ou uma pessoa inculta? Acredito (e espero!) que não, sendo assim, revise seu texto.

Se você ainda não está convencido da importância de escrever bem, aconselho que leia Olá! Você fala português?

2. Cuidado com a quantidade de páginas/informações

Se você está concorrendo a uma vaga aberta pela empresa e amplamente anunciada, lembre-se: o seu currículo não é o único a ser analisado. Os selecionadores irão dedicar um curto intervalo de tempo para a leitura do mesmo, sendo assim, não queira que eles simplesmente descartem o seu devido à extensão, leiam pouco do mesmo ou dediquem sua atenção a algo que não é tão interessante, sendo assim, reduza ao máximo o número de páginas, bem como a informação do mesmo.

Estimar a extensão ideal de um currículo é algo que pode ser muito complicado. Na maioria dos casos, duas páginas são suficientes. No caso das empresas que recolhem currículos o ano inteiro e, no caso de necessidade, analisam os armazenados e convocam interessados, o número pode subir um pouco (a fim de que possa falar mais sobre sua experiência), indo de duas a quatro páginas.

Entretanto, há alguns casos em que o currículo pode deixar de ser um simples currículo e passa a ser quase um portifólio, podendo contar assim com mais páginas. Neste caso, o ideal é que o currículo tenha de três a seis páginas.

Mas veja bem, este último caso, onde os currículos podem ser mais extensos, geralmente acontecem no caso de pessoas que já possuem uma vasta experiência e a empresa possui o interesse de conhecer um pouco mais detalhadamente aquele profissional. Devido à minha área ser bastante específica (programador de jogos em Flash 🙂 ), geralmente posso me dar “ao luxo” de escrever mais páginas (hoje trabalho com uma versão “reduzida” do meu currículo que ocupa cerca de dez páginas), uma vez que o mesmo traz também imagens e descrição sobre vários dos projetos em que trabalhei.

Se você estiver na dúvida sobre quantas páginas são suficientes para o seu currículo, pode ter certeza: cai no primeiro caso, de duas páginas, se você viu ou ouviu um anúncio em algum lugar, ou no segundo caso, de duas a quatro páginas, caso um decision-maker (pessoa com papel fundamental na empresa, capaz de tomar decisões) conversou com você, interessou-se por seu perfil e lhe pediu para enviar o currículo para a sua empresa. Simples assim! 😉

3. Evite inserir cursos e experiências profissionais inadequadas

Muitos na ânsia de ver um currículo bem cheio querem escrever sobre todas as suas experiências profissionais, viagens, cursos e eventos de que participou, etc.

Cuidado! Você está quase cavando a sepultura de seu currículo – e é você quem vai ser enterrado junto com ele.

Se aquele evento, viagem, congresso, curso ou seja lá o que for que você quer inserir não é do interesse da empresa, não faça isso!

O seu currículo deve ser tratado como uma forma de responder uma pergunta muito simples aos selecionadores: como essa pessoa pode ser útil para a empresa ocupando o cargo indicado?

Um exemplo bem simples: concorri em dezembro do ano passado à vaga de professor substituto. Na hora de escrever meu currículo, a única experiência profissional que tivera antes foi como professor de matemática do ensino fundamental (é, pessoal, já me meti em cada uma…). O que fiz? Somente publiquei ela.

E para onde foram as minhas experiências em programação e análise de sistemas? Para a gaveta, para uma outra oportunidade (para outra vaga).

Como eu tinha outros trabalhos que poderiam ser interessantes, meu currículo não ficou ruim.

Agora, em última instância, se você perceber que não há curso, experiência profissional ou qualquer outra coisa que seja interessante para a empresa e seu currículo vai ficar com somente meia página (sim, eu já vi currículos de outras pessoas que, se seguissem esta regra ao pé da letra, teriam menos que metade de uma página de extensão), então tudo bem, escolha um ou dois cursos e duas ou três experiências profissionais que mais possam interessar a empresa por compatibilidade com o cargo desejado ou outra posição existente na empresa e insira em seu currículo. Mas veja bem, este parágrafo deveria ser encarado como um “em caso de calamidade, use isso”, ok?

4. Mostre que você realmente sabe o que quer

Apesar de parecer óbvia, muita gente não cumpre esta regra em seu primeiro currículo, principalmente quando está “desesperadamente desesperado” por um emprego.

Veja bem, não adianta suplicar pelo emprego, eles vão oferecer a vaga a quem demonstrar que é realmente apto ao cargo.

Você sabe que o currículo possui um campo objetivo, não é?

Pois bem, preencha o mesmo de forma adequada. Outro dia uma amiga minha contou-me que em um curso que ela freqüentou o professor ensinou a preenchê-lo com algo como “alcançar uma oportunidade nesta excelente empresa”.

Sabem o que eu faria se fosse o selecionador de candidatos desta empresa? Muito provavelmente eu mandaria esse currículo para a pilha dos excluídos (pilha essa que em alguns lugares chama-se lixeira, mesmo).

Veja bem: a pessoa não mencionou o cargo desejado nem mesmo o nome da empresa. Isso é que é, literalmente, falta de objetividade! Parece mais um currículo que fora fotocopiado milhares de vezes e distribuído em várias empresas. E muitas vezes este é o objetivo daquele que elabora um currículo dessa forma.

Sua chance de conquistar aquela vaga tão almejada começa pelo seu currículo, então você deve tomar o cuidado de deixar bem claro no seu currículo que você sabe qual é a empresa e de que se trata a vaga.

Não precisa escrever uma longa carta descrevendo as atividades dela, mas ao menos mencionar o nome dela bem como a vaga desejada não faz mal a ninguém. Um exemplo melhor para o preenchimento do campo objetivo seria “atuar como instrutor nos cursos oferecidos pelo Instituto dos Jogos”. Viu só? Bem resumido e demonstra que eu sei (e assim, passa a idéia de maior confiança) que vaga estou disputando.

5. Aperfeiçoe-se mais e mais na arte de redigir currículos

Algumas pessoas somente param para escrever seu currículo quando estão desempregadas ou quando não suportam mais o ambiente de trabalho em que se encontram.

Isso é errado, pois sob tais condições você não consegue pensar muito em como realmente melhorá-lo a fim de impressionar os selecionadores.

Talvez seja pelo fato de atuar muito como freelancer e as empresas sempre pedirem as minhas referências, mas tenho o hábito de estar sempre atualizando meu currículo, incluindo cursos e eventos dos quais participo, “enxugando-o” sempre que acho que está ficando muito grande e seccionando segundo os interesses demonstrados pelos mesmos. Na verdade, não tenho uma, mas várias versões de meu currículo – cada vez que submeti um currículo a alguma instituição, tratei de guardar uma cópia digital em meu PC (e que está aqui, agora, neste notebook).

Se você cria o hábito de procurar estudar mais, ler sobre como melhorar seu currículo e criar mais e mais versões (mesmo que somente para praticar), com certeza você elaborará um currículo cada vez melhor.

Por falar nisso, vou aproveitar o momento e publicar aqui o link para um artigo muito interessante que li e foi a peça principal de minha motivação para escrever esse texto (realmente, eu já tinha esquecido que no artigo O que fazer numa entrevista de emprego eu havia prometido um artigo sobre currículos, desculpem-me): UPDATE – infelizmente, o blog com o artigo 25 erros fatais na hora de elaborar um currículo foi desativado. 🙁

Leiam o texto, é muito bom e ajudará bastante para não mais cometer erros bobos que podem acabar com a sua oportunidade de ter uma vida com qualidade melhor (meio dramático, mas é por aí…).

Bem, agora sim você já deve estar apto a elaborar um currículo muito melhor e que deixará uma boa impressão sobre o profissional experiente que você é! 😉

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