Os principais tipos de investimentos

Olá a todos! Já faz um bom tempo que não falamos sobre investimentos aqui, não? Que tal hoje discutirmos sobre os principais tipos de investimentos em que podemos aplicar nosso capital a fim de conseguir alguma rentabilidade segundo nossa tolerância a riscos?

Podemos dizer que já começamos a falar sobre a grande diversidade de opções de investimento quando apontamos três delas no artigo Poupança, Fundo de Investimentos ou Ações? , escrito em 13 de maio de 2008. Em 14 de outubro de 2008, em O perfil do investidor, nós falamos sobre a importância de respeitar-se a tolerância a riscos de cada investidor e, assim sendo, escolher opções de investimento que melhor correspondam ao que ele espere.

Agora, é hora de conhecermos os mais variados tipos de investimentos e sabermos quando cada uma delas pode ser mais interessante, não?

Bem, apertem os cintos, guardem as carteiras e vamos embarcar em mais essa “viagem financeira”. 🙂

A Caderneta de Poupança

A caderneta de poupança é o tipo de investimento mais popular, por apresentar-se da forma mais conservadora possível, com baixo risco e, consequentemente, baixo potencial de rentabilidade.

A caderneta de poupança calcula o rendimento de uma conta de acordo com o aniversário de cada valor poupado (isto é, período de um mês, decorrido de quando um determinado valor foi depositado até o dia em que o mesmo é remunerado). Um inconveniente percebido é que se você precisar resgatar um valor antes do dia do aniversário, estará abrindo mão do rendimento referente a ele, já que o mesmo não terá passado o período mínimo lá.

Uma boa dica é, então, efetuar resgates sempre no dia do aniversário ou depois dele, caso o mesmo não seja dia útil, procurando então sempre fazê-lo em dias úteis.

Infelizmente, como o potencial de rentabilidade da caderneta de poupança é bastante baixo, investir exclusivamente neste não é uma boa idéia para um investidor que queira investir de forma séria e visando bons lucros.

No Clube do Dinheiro, publiquei um artigo chamado A Caderneta de Poupança que descreve em detalhes como a mesma funciona, sinta-se à vontade para lê-lo para maiores informações.

Fundos de Investimento

Um fundo de investimento é formado pela união e organização de vários investidores sob uma mesma pessoa jurídica com o intuito de dividir despesas e receitas geradas com suas aplicações.

De acordo com os tipos de papéis em que cada fundo de investimento investe, podemos ter vários tipos de fundos de investimento, sendo os mesmos comumente divididos em fundos de investimento de renda fixa e fundos de investimento de renda variável.

Os fundos de investimento de renda fixa investem, como o próprio nome diz, em papéis de renda fixa, facilitando assim para aqueles que possuem um perfil mais conservador determinarem qual será a sua rentabilidade. Na última vez em que fui a uma agência do Banco do Brasil, analisei os fundos de renda fixa lá disponíveis e os mesmos apresentavam rendimentos que iam de 8.0% a quase 10% a. a., superior à poupança, por exemplo, que em 2008 fechou o ano com 7,90% a.a.

Já os fundos de investimento de renda variável investem, geralmente, em papéis de renda variável, como a aquisição de ações de empresas. Durante muito tempo, era uma excelente aposta escolher fundos de investimentos de renda variável que adquiriam papéis de empresas de commodities, isto é, que trabalhavam com a extração ou manipulação de recursos energéticos e/ou minerais. Alguns desses papéis chegavam a valorizar-se mais de 100% em períodos menores a seis meses. Entretanto, a crise de 2008 surpreendeu a todos e tais empresas foram as primeiras bem como as que mais sentiram com as alterações no novo panorama mundial, tendo muitas vezes suas ações desvalorizadas em mais de 50%. Em outras palavras, devido ao risco desse tipo de investimento, quem investira em fundos de renda variável poderia sofrer naquele período uma perda de mais de metade do valor investido.

Vale lembrar que a poupança é isenta de imposto de renda, já os fundos de investimento não. Além disso, há uma taxa de administração do fundo que deve ser levada em consideração na hora de verificar se a mesma possui um bom potencial ou não.

Certificado de Depósito Bancário

Um certificado de depósito bancário (CDB) trata-se de um título de renda fixa emitido por instituições financeiras visando captar recursos para a criação de reservas, concessão de empréstimos, etc. Quanto maiores as demandas por crédito no mercado, maiores poderão ser os juros praticados pelas instituições financeiras.

Há várias formas de classificar um CDB, por exemplo, segundo o tipo de renda fixa, isto é, como pré-fixado ou pós-fixado.

Um CDB pré-fixado é aquele cujas taxas de juros já são conhecidas no momento da aplicação, o que permite melhor prever quais serão os ganhos.

Já em um CDB pós-fixado, o mesmo varia de acordo com algum índice de mercado, como o TR (taxa referencial), TBF (taxa básica financeira) e o IGP-M (índice geral de preços do mercado).

Desta forma, caso esses índices apresentem a tendência de subirem no período em questão, um CDB pós-fixado pode ser uma boa opção, enquanto que se o índice em questão apresentar queda ou valor estagnado, pode ser uma solução melhor a aquisição de CDB pré-fixado também.

Um CDB pode apresentar liquidez diária e resgate automático (CDB DI no Banco do Brasil oferece isso, por exemplo). O ideal é informar-se no banco ou site do mesmo a respeito de quais as vantagens, desvantagens e taxas que incidem sobre os mesmos.

Atualmente, com o fim do CPMF, incidem sobre os rendimentos do CDB (e somente sobre o rendimento!) o imposto de renda (que é reduzido quanto maior o tempo mantendo o dinheiro no banco) e durante os primeiros 30 dias há a incidência do IOF, cujo valor começará em cobrança de “100%”  de cobrança de IOF no primeiro dia e chegando a 0% a partir do trigésimo dia.

Recibo de Depósito Bancário

Um recibo de depósito bancário (RDB) funciona de forma similar ao CDB, com a diferença de que o mesmo não pode ser resgatado antes do prazo para o vencimento, bem como não pode ser transferido para outra pessoa.

Em alguns casos, pode-se negociar o resgate antes do prazo com a instituição financeira, ocorrendo somente o resgate do principal, sem os juros.

Títulos Públicos

Os títulos públicos são outra boa opção de investimento principalmente para aqueles com perfil conservador, uma vez que se tratam de papéis de renda fixa com garantia de liquidez oferecida pelo Tesouro Nacional.

Há diversos tipos de títulos públicos, sendo os mais comuns:

  • Letras do Tesouro Nacional (LTN) – título pré-fixado, o que facilita ao investidor saber qual deverá ser a rentabilidade ao final do vencimento. Neste caso, o principal risco será a possibilidade de alta da inflação;
  • Letras Financeiras do Tesouro (LFT) – título pós-fixado indexado à taxa SELIC;
  • Notas do Tesouro Nacional – Série C (NTN-C) – título pós-fixado indexado ao IGP-M;
  • Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) – título pós-fixado indexado ao ICPA.

Vale salientar que no caso de LFT, NTN-C e NTN-B (bem como de outras opções pós-fixadas), o preço do título pode variar em função da expectativa de inflação dos agentes financeiros, podendo ser importante não resgatar o valor antes da data de vencimento, para evitar o risco de ter uma baixa rentabilidade.

Compra de Moeda Estrangeira

Devido à grande instabilidade que se pode encontrar no valor de uma moeda comparada à outra e no quanto seus valores podem variar, é possível efetuar a compra e venda de moeda estrangeira como uma forma de investimento.

Neste caso, o investidor deve buscar coprar a moeda em períodos de baixa e efetuar a sua venda em períodos de alta. Apesar de parecer simples e fácil na teoria, na prática não é bem assim, já que nem sempre podemos prever períodos de alta e baixa de uma moeda.

Agora, neste período de recessão econômica, vimos moedas como o euro aumentarem razoavelmente e depois estabilizarem, enquanto que o dólar oscilou bastante. Não é tão fácil assim prever o comportamento de uma moeda, mas vale lembrar que a mesma é um reflexo das reservas financeiras dos países que a empregam, bem como da indústria e mercado daquele país.

Além disso, é preciso estar atento para as taxas cobradas pelo banco nas transações efetuadas.

Sistema Imobiliário

Outro tipo de investimento bastante conhecido é no setor imobiliário, onde muitas pessoas adquirem imóveis (terrenos, casas, apartamentos, etc.) visando locação ou venda dos mesmos posteriormente.

Geralmente espera-se adquirir o mesmo antes que o preço do mesmo ascenda, a fim de valorizar-se e, então, buscar proveito da situação.

Por se tratarem de investimentos que podem exigir uma maior quantidade de capital do que os anteriores, o investidor deve tomar cuidado para não ficar em uma situação em que não possa arcar com os custos (no caso de efetuar um financiamento). Além disso, corre-se o risco de escolher um imóvel em uma região que poderá desvalorizar-se, causando perda do valor investido.

Mercado de Ações

Por fim, chegamos ao mercado de ações. Ações são ativos de renda variável, isto é, seu valor varia de acordo com a instituição à qual está atrelada. Ações da Petrobrás, por exemplo, irão variar de acordo com a valorização ou desvalorização da empresa.

Empresas podem sofrer uma alta valorização em períodos muito curtos, mas o contrário, isto é, desvalorizar-se em períodos curtos, também pode ocorrer, o que leva o investidor a aceitar altos riscos em busca de um maior potencial de rentabilidade.

As ações geram remuneração de duas formas: pela participação nos lucros (distribuição de dividendos) e pela venda das ações, sendo o ideal vendê-las após sofrer alguma valorização.

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Como sempre, diversificar os tipos de investimentos é importante, então não fique “preso” a este ou aquele investimento como se o mesmo fosse o único capaz de trazer-lhe rendimentos. Escolha algumas boas opções para compor a sua “carteira de investimentos”, estude-as e aplique recursos na medida em que você acha que é a melhor combinação para o seu perfil. 😉

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