Sempre falamos sobre diversos investimentos, mas percebo que até agora nada comentei sobre a previdência privada, um tipo particular de investimento que geralmente visa o conforto na aposentadoria, mas que é vantajosa por vários outros motivos também.
Aos que não conhecem, há geralmente dois tipos de previdência particular, a PGBL (que pode ser deduzida do imposto de renda desde que a declação seja feita pelo formulário completo) e a VGBL (mais indicada para profissionais autônomos ou que não apresentam retenção de imposto na fonte). Cada uma delas, como é de esperar-se, possui suas vantagens e desvantagens.
A forma como esse dinheiro será investido é ditada pela instituição financeira em que você optar por investir seus rendimentos e poderá servir como uma fonte de renda complementar após atingir a idade de aposentadoria ou aquela que você determinar na contratação desse serviço.
Perceba bem o que eu disse: pode servir como uma fonte de renda complementar! Destaco bem o “pode” porque você não é obrigado a converter o valor acumulado em previdência ao completar o período estabelecido em contrato, podendo resgatar todo o valor e, então, aplicar em outro tipo de investimentos!
Você pode estar se perguntando: qual vantagem há em investir em uma previdência privada e, depois, simplesmente desfazer-me dela? Várias!
Alguns meses atrás estava conversando com o gerente da agência bancária em que possuo conta e ficou clara uma coisa: quando a previdência privada vencer, você terá duas opções, resgatar todo o valor acumulado ou o mesmo é repassado ao INSS, a fim de converter em previdência (a ser paga mensalmente, obviamente) realmente.
Fizemos uma simulação e não seria muito difícil acumular mais de R$ 670.000,00 após 25 anos trabalhando (e juntando um valor relativamente baixo!), o que converteria em uma previdência privada a me pagar mais de R$ 2.000,00 por mês.
Tudo muito bom, muito bonito, então perguntei – mas isso poderá ser transferido ao meu filho depois? A resposta: não.
A partir do momento em que o valor é todo convertido no INSS, você deixa de possuir o dinheiro e passa a possuir um benefício, intransferível.
Para mim isso não é interessante: quero construir uma vida confortável não somente para mim, mas para meu filho também, desta forma não me interesso nessa conversão.
Agora, outro detalhe importante: quando a sua previdência privada vencer, você pode optar por resgatar todo o valor ou converter em previdência.
Dentre os investimentos de renda fixa, este pode ser o que apresenta um dos melhores rendimentos percentuais bem como a menor alíquota de imposto de renda (caso o dinheiro esteja investido há pelo menos 15 anos). Se bem me lembro, acima de 10 anos a alíquota será de apenas 10%! Em contrapartida, caso você queira resgatar o dinheiro antes de dois anos, você amargará a alíquota mais pesada, cerca de 35%!
Em outras palavras, é um investimento de renda fixa muito bom a longo prazo, independente de você buscar uma aposentadoria ou não.
A minha dica aqui é, então, combinar a previdência privada (também conhecida como previdência complementar) com o poder de outros tipos de investimentos que apresentem menor alíquota de imposto de renda a curto e médio prazo, de tal forma que caso necessite você não precisará retirar da previdência particular.
Fazendo a combinação certa de tal forma que você possa “enterrar” esse dinheiro lá para só mexer nele quando atingir a menor alíquota possível, enquanto emprega outros tipos de investimento com menor alíquota para períodos curtos ou a médio prazo.
Qual a dica? Procure hoje mesmo sua agência bancária ou uma instituição financeira de sua confiança e busque informar-se a respeito de planos de previdência complementar e destine à sua escolha a quantidade certa que você acredita que não precisará dispor nos próximos 10 ou 15 anos.
Mais do que somente uma aposentadoria, um bom plano de investimentos incluindo a previdência privada pode ajudá-lo a conseguir melhores resultados a longo prazo. E não se esqueça disso, ok?