Planejando a aposentadoria

Olá pessoal, uma boa tarde!

Que tal hoje batermos um papo sobre planejamento da aposentadoria? Uma boa idéia, não?

Nunca é tarde para pensar na aposentadoria, pois, quanto mais cedo começar o planejamento, melhor será sua aposentadoria, e mesmo que você já comece a planejar muito tarde, mesmo assim você terá muitos bons motivos para fazer o planejamento, como por for exemplo, conseguir algum capital para completar a aposentadoria recebida.

Antes de falarmos no planejamento da aposentadoria, entretanto, é necessário que você tenha lido alguns textos que já foram publicados aqui sobre poupança, investimento e a importância de poupar/investir:

Gastar, poupar ou investir?

Poupança, fundo de investimento ou ações?

Como sair do vermelho e fazer meu dinheiro render?

Como conseguir meu primeiro milhão de reais?

Pronto, agora que você já leu (ou releu) um pouco do que já falamos sobre poupar e investir, podemos começar a estudar nosso planejamento. Vale salientar que boa parte do que comentaremos aqui pode ser empregado no planejamento para outras finalidades além da aposentadoria, geralmente para aquisição de bens ou serviços (ou início de projetos como abertura de empresa) que necessitem de um bom capital e que requeiram algum tempo para conseguir o valor (geralmente, vários anos).

Bem, para conseguirmos alcançar nosso objetivo, devemos desenvolver algum método que englobe:

  • Definição de forma de aquisição de capital (economizando ou trabalhando mais 🙂 );
  • Definição de forma de rentabilização de capital (poupança, fundo de aposentadoria, etc.);
  • Análise do capital levantado e da rentabilidade.

Bem, vamos começar então?

Orçamento – uma ferramenta para a projeção e comparação de resultados

O orçamento é algo tão importante que até você mesmo deve estar pensando “po, mas disso eu já sei”. É, sabe… Mas põe em prática? Quando foi a última vez que você projetou seu orçamento? E quando você comparou com os rendimentos e gastos reais de um dado mês? Realmente estavam certos os valores?

Três são os erros mais comuns:

  • Não fazer um orçamento por acreditar que sabe exatamente onde o dinheiro está indo – é a maior loucura, pois mesmo com o orçamento, é mais do que comum percebermos que não sabemos para onde foram R$ 50,00 ou R$ 100,00;
  • Criar um orçamento que subestime os gastos – isso o leva a pensar que pode economizar mais do que o atualmente necessário e, assim sendo, acaba por gastar mais por achar que “ainda está dentro do limite;
  • Criar um orçamento que superestime os gastos – isso também gera problema, pois você pode não conseguir criar um bom planejamento por ficar sempre temeroso por ficar sem dinheiro caso surja alguma necessidade especial.

O ideal é criar um orçamento que projete a maior parte dos gastos com a menor margem de erro possível, mas que seja também flexível e dinâmico para o caso de mudanças (por exemplo, um emprego com salário melhor, aumento no aluguel da residência  ou  o nascimento de um filho – este será o meu caso em breve 🙂 ).

Algumas boas idéias que você pode empregar são:

  • Empregar valores percentuais em vez de valores absolutos em seu orçamento – isso torna seu orçamento bastante flexível se não houver mudanças abruptas em sua condição financeira ou estilo de vida;
  • Atualizar o orçamento periodicamente a fim de incluir até mesmo os gastos com coisas supérfluas e casuais, como um cinema ou um passeio no parque;
  • Elaborar orçamento para o “hoje” bem como para um prazo de cinco anos – isso permite-lhe trabalhar com uma perspectiva a longo prazo de como estarão seus investimentos;
  • Revisar seu orçamento freqüentemente a fim de criar o hábito;
  • Comparar os rendimentos e gastos de cada mês com o que foi projetado – isso permite atualizar o orçamento de forma mais coerente, bem como melhor preparar-se para possíveis mudanças. Lembre-se: preparar o orçamento mas não comparar os resultados é usar de forma negligente esta poderosa ferramenta.

Conseguindo o capital

Como sempre, devemos pensar em como conseguir o capital, pois não adianta nada juros em cima de R$ 0,00, não é?

Neste quesito, vale a regra de ouro (que já citei em outros artigos) “minimize custos (e despesas), maximize lucros”.

Por meio do orçamento criado, você pode verificar aquilo que é supérfluo e o que é essencial, aonde você pode estar gastando muito, etc. Sendo assim, baseado no orçamento que você criara anteriormente, pense bem e responda: o que você pode fazer para tornar o valor economizado no final de cada mês mais animador?

Além disso, outra coisa em que você pode pensar, principalmente se você ainda é solteiro, mora com a família e possui poucas responsabilidades (como eu há um ano atrás, por exemplo 🙂 ), é em como conseguir algum trabalho a mais que possa lhe render mais algum valor e, então, economizar todo este.

Lembre-se, aqui você está lutando por minimizar custos e maximizar lucros. Leve isso com a maior naturalidade, como sendo isto o normal (e é!) em vez de considerar como sendo uma situação excepcional e você terá bons resultados. Não falo que você deverá trabalhar todas as horas do dia por meses seguidos, mas sim, que você deve estar consciente de que seus esforços são válidos pois eles buscam alcançar um objetivo maior – a aposentadoria.

Como fazer seu dinheiro render para a sua aposentadoria

Há várias formas de fazer um capital render, então é importante que conheçamos quais as melhores para a sua aposentadoria.

Sem dúvida, a mais simples, que garante sempre rendimento positivo e com a melhor liquidez é a poupança. Entretanto, ela é também a que tem o menor rendimento.

Atualmente, o rendimento da poupança do Banco do Brasil gira em torno de 0,6% ao mês.

Você pode também procurar os fundos de investimento e as ações, mas já falamos anteriormente sobre os prós e contras de cada uma dessas formas, então muito cuidado e paciência com a forma escolhida, ok?

Além destas, há também as opções de fundos de aposentadoria, específicas para o que você deseja.

Três opções que você pode procurar conhecer melhor são (opções indicadas pelo economista Lauro de Araújo Silva Neto):

  • FAPI (Fundo de Aposentadoria Programada Individual) – é um fundo que constitui poupança para a complementação do benefício da aposentadoria da Previdência Social e oferece a possibilidade de abater até 12% da renda bruta para tal finalidade, reduzindo assim o valor do imposto de renda a ser pago. Viu só? Você começa a pensar em seu futuro, faz seu “pé-de-meia” e possui inclusive subsídio fiscal;
  • PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) – similar ao anterior, só que oferecido por seguradora. Permite também o abatimento de até 12% da renda bruta anual. Há três tipos de PGBL quanto à aplicação dos valores poupados – soberano (aplica os recursos somente em títulos públicos federais), renda fixa (aplica em títulos federais e outros títulos de renda fixa) e composto (aplica nos mesmos que os anteriores, bem como nos títulos de renda variável);
  • VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) – similar ao PGBL (ou seja, também é oferecido por seguradora) só que geralmente é atrelado a um seguro de vida. Segundo Lauro de Araújo, este plano é mais indicado a quem não declara imposto de renda ou declara no formulário simplificado.

Pesquise bastante sobre cada um deles, entre em contato com o setor de RH da empresa em que você trabalhe e, então, vendo a possibilidade e sabendo dos benefícios, escolha uma das várias opções.

A principal vantagem da poupança sobre estes é, com certeza, a liquidez que há no valor, mas como se pode perceber, estas últimas apontadas trazem até subsídio fiscal, então é sempre bom estar atento a todos os fatores antes de tomar sua decisão.

E a ajuda profissional?

Sim, ela há! Se depois de todos os cálculos, revisar orçamentos e espremer as últimas moedas da carteira você se sente inseguro quanto a quais serão os resultados disso para você no futuro, você pode procurar a ajuda de um profissional, de um planejador financeiro (financial planner, como é conhecido em inglês 🙂 ) a fim de determinar a melhor forma de conseguir chegar lá.

Segundo a contadora e consultora Ann Marosy, um bom planejador financeiro deverá:

  • Buscar conhecer o máximo sobre você, como o sua tolerância a riscos, estilo de vida e atual posição financeira;
  • Estudar a fundo seus objetivos e identificar as principais barreiras financeiras que você possa vir a enfrentar;
  • Preparar seu planejamento, orientá-lo sobre como conseguir cumpri-lo, bem como revisar o mesmo periodicamente a fim de garantir que condiz com sua situação;
  • Procurar AJUDÁ-LO a alcançar seu objetivo, e NÃO SOMENTE VENDER um produto do interesse dele, mesmo sabendo que em nada o ajudará.

Algo mais?

Sim, se você estiver interessado em uma planilha para ajudá-lo a acompanhar os rendimentos de seus valores, você pode basear-se naquela que apresentei em Como conseguir meu primeiro milhão de reais?.

Além disso, se quiser continuar seus estudos no assunto, recomendo o livro “Guia de Investimentos – Planejando a Poupança, Avaliando o Risco” de Lauro de Araújo Silva Neto. Além desta obra, gosto também de ler os artigos de Ann Marosy, tanto que até a referenciei anteriormente.

Bem, já havia muito prometido um texto sobre planejamento da aposentadoria – espero que a união deste com os anteriores seja suficiente para um primeiro bom pontapé. 😉

Em outro momento, falarei de oportunidades de negócios para quem já aderiu à aposentadoria ou quer complementar sua renda – sim, brasileiro que é brasileiro consciente sempre dá um jeitinho de conseguir chegar lá em vez de só reclamar e todos nós aqui somos bem conscientes, não? 😉

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